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Presença marcante do aço

ENTIDADE DEDICADA A PROMOVER E AMPLIAR O USO DO AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, O CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA) VEM CONTABILIZANDO, NOS ÚLTIMOS ANOS, UMA ATUAÇÃO ABRANGENTE, SOB MEDIDA PARA FOMENTAR AS MELHORES PRÁTICAS ENTRE EMPRESAS E PROFISSIONAIS QUE ATUAM NESSE SEGMENTO – CAPAZ, AINDA, DE REFORÇAR A CULTURA DA ESTRUTURA METÁLICA PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES.

Fundado para promover o uso do aço na construção civil no Brasil, o CBCA realiza uma série de atividades dirigidas a engenheiros, arquitetos, projetistas e estudantes visando esclarecer aspectos importantes do uso do material em projetos desse segmento. As ações contemplam várias frentes e, somadas, ajudam a disseminar informação sobre o assunto, derrubando mitos e equívocos a fim de ampliar o emprego do aço na construção civil brasileira. Um tema atual foi extensamente abordado: para elucidar em que medida a utilização de estruturas metálicas pode contribuir com o meio ambiente, foi publicado o Manual da Sustentabilidade da Construção em Aço, compêndio de 85 páginas, produzido com ajuda de especialistas parceiros da entidade, disponível para download no site do CBCA. Com a intenção de contribuir para a capacitação técnica dos profissionais do segmento, disponibilizou-se ainda uma série de cursos online, introdutórios ou avançados, sobre estrutura de aço e dimensionamento, por exemplo. Outra conquista recente foi a realização do 1º Concurso CBCA para Estudantes de Engenharia e do 12º Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura – este reuniu 154 equipes de 82 universidades, representando 22 estados brasileiros. Os autores do trabalho vencedor receberam R$ 8 mil de prêmio e participaram do Concurso da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), do qual também saíram vitoriosos. Vindos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Lino Mendonça e Bruna Barbosa (orientador Prof. Verner Max), apresentaram a melhor proposta para o tema Fábrica de Ideias e Inovação, reafirmando o potencial da edificação com aço no Brasil.

TRABALHO SILENCIOSO

A remodelação de um dos prédios do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, primou pela ousadia. Diante do desafio apresentado – renovar e ampliar sem interromper os trabalhos na instituição -, nasceu a proposta de erguer seis novos pavimentos sobre os dois andares existentes (mais quatro subsolos) usando concreto e aço. Reunidos, a equipe do Cavani Arquitetos e os engenheiros calculistas chegaram à solução que, basicamente, resumia-se a construir acima do existente. O acréscimo exigiu a implantação de quatro robustos pilares de concreto, ancorados em fundações do tipo estaca-raiz. Essas estruturas (que se elevam até o alto da antiga construção) foram unidas por grandes vigas treliçadas de aço, compondo um pavimento técnico que sustenta os andares adicionados à edificação. Outro desafio: no canteiro, o espaço era exíguo e a via de acesso, estreita. A saída, mais uma vez, tirou partido da versatilidade da estrutura metálica, por meio de peças montadas na fábrica, requerendo apenas o encaixe no local da obra. As treliças vieram prontas de Minas Gerais e precisaram ser arqueadas in loco para assumir a curvatura definida em projeto. Para a estrutura dos pavimentos também se previram pilares e vigas metálicas.“A montagem da armação metálica levou três meses e apenas duas salas do centro cirúrgico tiveram de ser interditadas”, explica Renata Barbosa, do time de arquitetos.

COMPROMISSO COM A NATUREZA

O aço marcou presença também na obra de reforma e modernização do Aeroporto Internacional Plácido de Castro, em Rio Branco, capital do Acre. Com a intervenção, o aeroporto teve a área triplicada e a capacidade dobrada, podendo atender até 2,4 milhões de passageiros por ano. O projeto desenvolvido pela arquiteta Marlúcia Cândida buscou valorizar a identidade regional, incorporando elementos da paisagem e da cultura locais. Nesse contexto, a estrutura metálica, versátil e sustentável, somou pontos: contou a favor o fato de a construção com aço permitir uma obra rápida e limpa, sem resíduo, e o material ser 100% reciclável. Sendo assim, logo na entrada do terminal, o viajante encontra a exuberante estrutura de aço em forma de árvores e galhos, numa referência à floresta amazônica. Esse arcabouço mede 93 metros de extensão, 24 metros de largura e é composto de 18 pilares (com 10 metros de vão entre eles). A decisão pelo material assegurou a solidez e a estabilidade requeridas e deu enorme plasticidade ao conjunto. O aço também foi empregado nas vigas e pilares da superestrutura do edifício, na cobertura principal e nas partes que sustentam o forro e os painéis internos. Em vista da variedade de aplicações, diferentes perfis de aço foram usados em pilares, vigas, treliças e outras peças. Os itens da estrutura foram fabricados em outro estado e transportados por via fluvial e terrestre até o local. Divididos em módulos para viabilizar o deslocamento, os itens foram apenas montados no canteiro.

RENOVAR COM AÇO

Depois de passar por um processo de retrofit, o hipermercado situado em uma área nobre da capital paulista ganhou novo uso e aspecto. Grande parte do visual contemporâneo – uma caixa leve – do atual Shopping Jardim Pamplona, que também abriga o hipermercad, se deve ao uso do aço. Encarregados do projeto de requalificação, os integrantes do L35ACIA Arquitetura procuraram fomentar a atividade no local, um endereço tradicional da região, ao propor novas conexões entre os lados de dentro e de fora do edifício de quatro pavimentos, recuperando a aura elegante das galerias comerciais da São Paulo dos anos 1950. Essa intenção foi alcançada sobretudo graças às novas laterais, opostas, transparentes, compostas de estruturas de aço mantidas à vista e amplas superfícies envidraçadas. Alçado à condição de elemento estrutural por excelência, o aço compôs desde o reforço da fundação até o menor insert necessário, desenhando marquises, mezaninos, fechamentos de vãos, passarelas, caixas de escada e elevadores. Fez par perfeito com os painéis, chapas de drywall e fachadas ventiladas adotados. “Como a ideia era manter o mercado funcionando, sem atrapalhar a operação, optamos pela obra seca, sem canteiro”, resume Fabio Aurichio, arquiteto do projeto.

Fonte: Centro Brasileiro da Construção em Aço